Na manhã de 8 de fevereiro de 1855, moradores de Devonshire,
na Inglaterra, saíram para uma caminhada em direção semelhante a um caminho de
pegadas nada comuns, que passava por volta das residências do pequeno vilarejo.
Em meio ao forte inverno da região, a nevasca havia tomado
todo o chão e uma única linha de pegadas formava o misterioso rastro, que
lembrava algo como uma pequena ferradura. O que quer que fosse, havia andado
com um pé em frente ao outro – em vez de lados alternados –, como um bípede.
Mas o mais estranho nisso tudo era a forma como as pegadas
se comportavam ao chegar em frente a obstáculos e, até mesmo, casas: as pegadas
pareciam continuar em linha reta, como se o misterioso ser tivesse subido pelas
paredes, andado pelo telhado e continuado exatamente na mesma direção, do outro
lado da casa.
Além disso, ao voltar ao chão, as pegadas não moveram a neve
em sua volta, o que significa que, em alguns casos, o ser desconhecido saltou
por cerca de 6 metros e pousou suavemente no gelo. As pegadas atravessavam rios
e, até mesmo, tubos com menos de 10 centímetros, continuando exatamente após.
E mais: os rastros cobriam uma área entre 60 e 100 km, o que
indica que, para que as pegadas fossem feitas em apenas uma noite, era
necessário que o bípede misterioso andasse a nada menos do que nove passos por
segundo!
A história se espalhou para fora da cidade, e grandes
jornais de Londres repercutiram o mistério em suas capas. Com isso, dezenas de
sugestões foram dadas como a solução para o caso, desde pássaros, texugos e,
até mesmo coelhos.
Todas as hipóteses foram afastadas, já que nenhum destes
animais teria uma pegada semelhante àquelas encontradas no local; além disso,
seria pouco provável que as pegadas fossem as mesmas: velocidade, área coberta
e o misterioso comportamento perante obstáculos não seriam repetidos por
qualquer animal conhecido.
Ao mesmo tempo, lideres religiosos começaram a falar em suas
reuniões que aquilo se tratava das pegadas do próprio Diabo. Com publicações
nada concretas de cientistas sobre o caso, a história gerou um tipo de histeria
coletiva na região. Embora dezenas de teorias tenham sido apresentadas, ninguém
conseguiu entender ou provar o que teria acontecido naquele local.
Em 2009, pegadas semelhantes àquelas descritas na lenda
apareceram na mesma região. Novamente, a imprensa cobriu os fatos, porém, nada
foi descoberto. O mistério tornou-se uma lenda, que ainda atribui as pegadas da
neve ao Diabo. Você tem algum palpite ou apenas prefere ficar longe de
Devonshire?
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